B. Diogo de Carvalho, mártir

Mártir no Japão e sacerdote jesuíta.

Nascimento
1578 em Coimbra, Portugal

Morte
22 de fevereiro de 1624 em Xendai, Xogunato Tokugawa

Beatificação
22 de julho de 1867 pelo papa Pio IX

Festa Litúrgica
7 de julho

Onde foi Congregado
Congregado no Colégio dos Jesuítas de Coimbra, Portugal.

Diogo de Carvalho era filho de Álvaro Fernandes e de Margarida Luís. Quando tinha 16 (dezesseis) anos, entrou na Companhia de Jesus e, em pouco tempo, partiu para a Ásia. Em Macau, onde foi sacerdote, estudou filosofia e teologia.

Em 1609, chega ao Xogunato Tokugawa, seduzido pelos passos de São Francisco Xavier, mas devido à forte perseguição, demandou para Cochinchina, atual Vietname, penetrando até à Tartária, onde fundou a primeira missão católica. Como voltar para o Japão era seu objetivo, dirigiu-se ao local disfarçado de mineiro e, nessa condição, visitava as incipientes comunidades cristãs, atendendo, sobretudo em confissão, aos cristãos já convertidos e batizados.

Seu martírio aconteceu, juntamente com 10 (dez) cristãos, quando ele foi descoberto pelas pegadas que deixara no chão em um dia de neve. Todos foram levados ao tribunal de Xendai. Ameaçados de serem lançados à fogueira, como não se importaram, foram antes atirados a tanques d’água gelada, para morrerem pouco a pouco.

Por fim, depois de dez horas de martírio, morre à meia-noite, do dia 22 de Fevereiro de 1624.
Ainda hoje, são impressionantes as cartas, por ele enviadas, por essa altura, aos seus superiores.
Nelas, manifesta-se o seu grande ânimo evangelizador e sua epopeia:

Partindo de Oxu para o Reino de Deva, fui direto à cidade de Cabota e ali comecei, com grande segredo, a confessar os cristãos que vinham, poucos e poucos, ter comigo, e juntamente tratei do modo que teria para visitar os cristãos desterrados que estão em Tugara.

Ao terceiro dia, veio acaso ter comigo um cristão meu conhecido. Logo entendi que Deus me mandava para ir a Yezzo; e porque a embarcação estava a pique e eu tinha ainda muita gente que confessar em Cabota, concluí em três ou quatro dias o que havia de fazer em dez ou doze, confessando de dia e de noite, passando as noites sem dormir, porque mudava o lugar na mesma noite, por serem os concursos perigosos, em tal tempo.”

Concluídas as confissões, fiz-me à vela com nome de mineiro..., porque os que passam a Yezzo ou são mercadores ou mineiros. Trataram-me todos com muita cortesia e honra, sem nunca me conhecerem por estrangeiro. As horas canônicas, rezava-as pela manhã cedo com a primeira luz quando todos ainda dormiam, metendo a cabeça e o breviário debaixo do cobertor e deixando entrar alguma pouca luz. Chegamos enfim a Muçumay

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