São Francisco de Régis, confessor

 

Sacerdote, confessor e missionário. Apóstolo da Caridade às mulheres e crianças e do combate ao Calvinismo

Nascimento
31 de janeiro de 1597 em Fontcouverte, Aude, França

Morte
31 de dezembro de 1640 em Lalouvesc, Ardèche, França (43 anos)

Beatificação
18 de maio de 1715 pelo papa Clement XI

Canonização
5 de abril de 1737 pelo papa Clement XII

Festa Litúrgica
16 de junho

Onde foi Congregado
Congregado no Colégio dos Jesuítas em Berziers, França.

João Francisco nasceu no início do ano de 1597. Filho de uma família abastada, se distinguiu pela pureza da fé numa época e região em que dominavam os hereges huguenotes (protestantes calvinistas). Foi aluno do colégio dos jesuítas de Béziers, mostrou-se um apóstolo nato e possuía uma devoção a Nossa Senhora que o levou a entrar na Congregação Mariana do colégio e tornou-se apóstolo de seus colegas. Desses colegas, 5 chegaram a se mudar para casa de Régis, para buscarem uma vida mais perfeita.

Com um pouco mais de 14 anos, compôs uma regra para eles na qual fixava as horas para os estudos, proibia toda conversação inútil, dispunha de uma leitura espiritual durante as refeições além de exame de consciência a noite e comunhão aos domingos.

Aos 19 anos, entrou no noviciado dos Jesuítas onde foi um exemplo de obediência, humildade e devoção. Em uma noite, na qual se levantou para ir rezar na capela da casa, um colega seu o avistou e o denunciou ao superior, e este usou dessas palavras para com o colega de João: “Não turbeis as comunicações que esse anjo mantém com Deus, respondeu-lhe o sacerdote,  pois, ou muito me engano, ou um dia celebrar-se-á na Igreja a festa de vosso companheiro”. Um conhecido autor da vida dos santos utiliza-se dessas palavras para falar sobre o noviciado de Francisco de Régis:

O sagrado caráter do sacerdócio encheu seu coração com tal abundância de espírito de humildade, que resolveu viver daí para a frente morto a si mesmo e totalmente entregue a promover a glória de Deus e a salvação das almas

Após sua ordenação sacerdotal em 1630, os empestados de Toulouse receberam as primícias do ministério apostólico do neo-sacerdote.  “Sua linguagem era simples e popular, mas o fogo da caridade, do qual ele estava inflamado, dava a seus discursos um poder tal que toda a cidade vinha escutá-lo e ninguém podia ouvi-lo sem derramar lágrimas .... Um pregador eloqüente e renomado, tendo-o ouvido, disse: ‘É em vão que trabalhamos para ornar nossos discursos. Enquanto os catecismos deste santo missionário convertem, nossa bela linguagem não faz senão entreter sem produzir nenhum fruto”.Em 1633, acompanhou o bispo de Viviers para acompanha-lo em sua Visita Pastoral à diocese, onde existia muita decadência religiosa e erros protestantes oriundos do calvinismo. Seus sermões e suas patéticas exortações produziam muitas conversões e em Sommières, que era uma cidade conhecida pela irreligião e corrupção de costumes, os resultados foram tão surpreendentes que até o próprio missionário ficou surpreso e, para consolidar esses frutos, o missionário instituiu a Confraria do Santíssimo Coração, restabeleceu o costume das orações da manhã e da noite nos lares e um modo de socorrer os pobres da paróquia. Todos esses resultados provinham da vida interior do apóstolo que nada negligenciava para aniquilar-se a si mesmo com vistas a obter graças em suas pregações. Além de macerar seu corpo com disciplinas e cilícios, dormir 4 horas diárias, e ainda sentado num rude banco.

Não era com concessões doutrinárias que São Francisco de Régis obtinha seus triunfos. Mas, por exemplo, avançando com o Crucifixo na mão contra soldados protestantes que se preparavam para pilhar uma igreja e cometer toda sorte de sacrilégios, increpava-os com tanta força e convicção, que os mesmos abandonavam seu intento. Sua energia contra as blasfêmias só igualava sua paternalidade no confessionário. Certa vez, tendo um homem ousado blasfemar em sua presença, deu-lhe sonora bofetada. A uma mulher que fizera o mesmo, cobriu-lhe a boca com barro.

Sobre São João Francisco de Régis, os Bolandistas dizem:

Um desejo imenso de procurar a glória de Deus; coragem a que nenhum obstáculo, nenhum perigo podem causar temor; aplicação infatigável na conversão dos pecadores; doçura inalterável que o torna mestre dos corações mais rebeldes; inesgotável caridade pelos pobres; paciência à prova de todas as contradições e de todos os maus tratos;  firmeza que as ameaças e mesmo a vista da morte não puderam jamais abalar; a humildade mais profunda, abnegação mais completa, despojamento mais absoluto, obediência mais exata, pureza de anjo, soberano desprezo do mundo, amor insaciável pelos sofrimentos, em uma palavra, todas as virtudes pelas quais uma pessoa santifica a si própria e santifica as outras, tal é o resumo desta admirável vida”

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