Aprovada a beatificação de 123 mártires da guerra civil espanhola

Fonte: Infovaticana

Tradução e grifos por salvemaria.com.br

 

Decreto aprovado pelo papa autoriza a beatificação de católicos martirizados na década de 30 na Espanha:

O Dicastério para as Causas dos Santos promulgou hoje, 20 de junho de 2025 , novos decretos autorizados pelo Papa Leão XIV , entre os quais se destacam três relacionados ao martírio de mais de cem católicos assassinados por ódio à fé durante a perseguição religiosa na Espanha na década de 1930.

123 mártires da diocese de Jaén

Especificamente, os seguintes foram oficialmente reconhecidos como mártires:

Manuel Izquierdo Izquierdo , sacerdote diocesano, e 58 companheiros da diocese de Jaén, assassinados entre 1936 e 1938;
Antonio Montañés Chiquero , também sacerdote diocesano, e 64 companheiros da mesma diocese, assassinados entre 1936 e 1937.
Todos eles morreram em diferentes partes da província e arredores, no contexto da feroz perseguição religiosa desencadeada durante a Guerra Civil Espanhola . Foram executados “in odium fidei “, isto é, por ódio à fé , segundo a fórmula eclesiástica que permite o seu reconhecimento como mártires.

Esta causa se soma às numerosas beatificações de vítimas da perseguição religiosa que assolou a Espanha naqueles anos, e que a Igreja foi progressivamente reconhecendo como testemunhas heróicas da fé , em muitos casos com processos agrupados por dioceses ou congregações.

O contexto: fidelidade até o martírio

A diocese de Jaén foi particularmente atingida pela perseguição. Sacerdotes, religiosos e leigos foram mortos sem julgamento, muitas vezes após torturas brutais , simplesmente por serem católicos ou associados à Igreja. Muitos deles foram flagrados celebrando missa, recusaram-se a renunciar à fé ou perdoaram seus algozes com as palavras de Cristo nos lábios .

A data para sua beatificação será definida nos próximos meses e provavelmente será realizada em Jaén , como já ocorreu com outros grupos de mártires reconhecidos nos últimos anos.

 

Comentário ao Recorte

O Vale dos Caídos é uma basílica pontifícia que abriga a maior cruz do mundo. Foi construída com o objetivo de homenagear os mártires da Guerra Civil Espanhola. Nos últimos anos, essa mesma basílica esteve sob ameaça de profanação por parte do governo socialista da Espanha, com a anuência da Conferência Episcopal Espanhola e com um acordo secreto costurado com o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Parolin.

O prior beneditino responsável pelo local foi forçado a renunciar. Havia planos para a remoção da cruz, uma profunda reformulação do interior da basílica e até a mudança de nome do local, que passou oficialmente a se chamar “Valle de Cuelgamuros”. No entanto, sendo uma basílica pontifícia, qualquer alteração significativa só pode ocorrer com o consentimento da Santa Sé.

Com a morte do Papa Francisco, todas as negociações em torno dessa “ressignificação” foram paralisadas. A chegada de Leão XIV trouxe ainda mais incertezas ao processo. Logo no início de seu pontificado, a relação entre o novo Papa e o presidente da Espanha começou de forma fria. O Papa não demonstrou disposição em conceder-lhe uma audiência privada após a Missa de inauguração – algo que, segundo se comenta, teria sido uma exigência do líder socialista para participar da celebração de posse. Por fim, o presidente espanhol foi uma das poucas autoridades que optaram por não comparecer e o vice-presidente dos Estados Unidos teve uma audiência privada com o papa nesse mesmo dia.

Vale lembrar que o então Cardeal Prevost visitou o Vale dos Caídos em 2003, o que torna pouco provável que ele esteja alheio ou neutro diante de toda essa situação. A Providência, como sempre, pode surpreender.

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