Peregrinação Summorum Pontificum reúne tantos fiéis que não houve hóstias suficientes na Missa dominical
Fonte: The Catholic Herald
O número de participantes triplicou em relação ao ano passado:
Milhares de peregrinos viajaram a Roma para a peregrinação anual Summorum Pontificum, de sexta-feira, 24 de outubro, a domingo, 26 de outubro, celebrando a Missa Tradicional em latim sob os auspícios do Papa, no coração da Igreja Católica.
Neste ano, o antigo rito da Missa, em sua forma pontifical, foi novamente permitido a ser celebrado na Basílica de São Pedro, no sábado, 25 de outubro, no Altar da Cátedra, após um hiato de dois anos.
Com a permissão restabelecida pelo Papa Leão XIV, o cardeal Raymond Leo Burke presidiu e celebrou a Missa diante de uma congregação inesperadamente numerosa, com muitos peregrinos sendo impedidos de entrar na área designada para a celebração.
Nem os organizadores nem o pessoal do Vaticano haviam previsto tal comparecimento. O Pe. João Silveira, anteriormente um dos organizadores do evento como leigo, disse ao Catholic Herald que mais de 3.000 católicos tradicionais compareceram neste ano — três vezes o número do ano passado.
Com uma abundância de jovens convertidos vindos de todo o mundo por amor à Missa tradicional, o ponto central da peregrinação em São Pedro foi precedido por uma conferência de um dia inteiro no Augustinianum.
A conferência contou com palestrantes e devotos tradicionalistas da França, Espanha, Brasil, Portugal, Itália e Estados Unidos. Também esteve presente o cardeal Robert Sarah, que deu as boas-vindas aos peregrinos.
As origens da peregrinação remontam ao motu proprio Summorum Pontificum do Papa Bento XVI, que liberou a Missa Tradicional em latim e estendeu a permissão para celebrá-la a todos os sacerdotes. Esse ato magisterial anulou as suposições de que a Missa havia sido ab-rogada pelo Papa Paulo VI após a tentativa de implementação do apelo do Concílio Vaticano II à reforma litúrgica na Sacrosanctum Concilium.
O cardeal Burke, em sua homilia proferida em italiano, espanhol, francês e inglês, disse aos presentes: “A Missa Pontifical de hoje é celebrada segundo a forma mais antiga do Rito Romano, o Usus Antiquior.”
“A Igreja celebra o 18º aniversário da promulgação do motu proprio Summorum Pontificum”, continuou ele, “com o qual o Papa Bento XVI tornou possível a celebração regular da Missa nesta forma, em uso desde o tempo de São Gregório Magno.”
“No privilégio de participar hoje no Santo Sacrifício da Missa, não podemos deixar de pensar nos fiéis que, ao longo dos séculos cristãos, encontraram o Senhor e aprofundaram suas vidas n’Ele por meio desta venerável forma do Rito Romano. Muitos foram inspirados a praticar o heroísmo da santidade, até mesmo o martírio.”
A Missa concluiu-se com uma bênção e uma oração de exorcismo invocando São Miguel Arcanjo, do cardeal Ernest Simoni — um prelado albanês nascido em 1928, que foi preso e torturado pelo regime comunista no século XX.
No domingo, os tradicionalistas que haviam viajado de todo o mundo dispersaram-se para cumprir o preceito dominical em vários centros de Missa em latim pela cidade.
A maioria participou da Missa das 11h da FSSP na Santíssima Trindade, onde a capacidade estava tão sobrecarregada que muitos peregrinos não puderam entrar na igreja por falta de espaço. A assistência foi descrita como “explosiva”, e em alguns casos os peregrinos não puderam receber a Sagrada Comunhão porque a igreja ficou sem hóstias consagradas.
Nomeada em homenagem ao motu proprio de Bento XVI de 2007, que aumentou enormemente a disponibilidade da Missa Tradicional em latim, a peregrinação Summorum Pontificum remonta a 2011 e tornou-se um evento anual para as comunidades ligadas à Forma Extraordinária da Missa.
