De Legião à Centúria, mas fortes!
Por Bruno Arena,
congregado na Congregação Mariana da Anunciação, Santos/SP
Cena comum nas guerras é o retorno das tropas, outrora numerosas, com apenas alguns poucos combatentes. Fato é que no início da batalha, quando se vê muitos de seus pares, há uma relativa tranquilidade. O número anima e faz-nos sentir vencedores. Mas se a ida à batalha não se faz como quem constrói sobre rocha, a morada vai à ruína.
Ao final de uma guerra, aqueles que antes estavam ombro a ombro agora jazem por terra, nos olhos dos sobreviventes o reflexo do medo e o cenário de destruição. O que antes era a força empregada para alcançar os louros da vitória se converte em gana de salvar a própria vida. Ou fugindo, ou enfrentando o inimigo.
Cada morteiro, cada pá de areia tirada da trincheira vai apagando a vontade e tirando o ânimo de alguns que pensavam ser fácil a jornada. Desertores há aos montes. Mais os que fogem do que os que lutam até a morte.
Em nossas fileiras é comum que vejamos ao início muitos que se disponham a estar juntos quando tudo é campo florido, piadas e risos na marcha leve da ida, mas que desistem quando percebem que à frente o campo é minado.
Diante da luta muitos voltam atrás. Há fracos? Sim, mas há principalmente os que não querem usar sua força. Há os que se fazem fracos por vontade própria. Os que se deixam tomar pela indolência, pelo murmúrio, que se curvam à primeira pequena fadiga.
Mas há os fortes, que ainda quando exaurem sua energias encontram outras para seguir adiante. Há os que amputados ainda querem tomar o fuzil e voltar ao front. Há estes, que por perceberem quem está no comando, deixam fazer-se de si instrumentos de uma força que promana de além deles mesmos.
Não há medo, incerteza ou cansaço quando nosso general é Cristo e a comandante do pelotão é a Virgem Maria. Feridos? Quase todos! Mortos? Alguns! Mas a vitória é garantida. Não cedam. Somos poucos, mas fortes! Ao fim chegaremos, juntos. Coragem!