Nossa luta é pela vida eterna
Estamos aqui neste mundo de passagem, mas não só como um turista e sim como um soldado que precisa passar pela guerra e, ao final, conseguir sair vitorioso. Nós, como bons católicos, membros da Congregação Mariana, precisamos entender a profundidade de tudo isso, deste grande mistério, pois enquanto postergarmos nossa instrução na Sã Doutrina, estaremos vulneráveis e totalmente despreparados para o combate. Isso se dá com caráter de urgência, vendo que não mais vivemos numa sociedade cristã, logo, ao descuidarmos, acharemos normal tudo ao nosso redor e tão logo adormeceremos e deixaremos de combater o bom combate.
Infelizmente, e ao mesmo tempo felizmente, nascemos num meio social de total depravação e decadência moral, onde são poucos os que não foram contaminados, pouquíssimos, pra não dizer todos. Digo infelizmente por isso, mas felizmente porque a graça superabunda onde abunda o pecado, logo podemos ver com mais nitidez a ação Divina e conseguimos com muita facilidade enxergar tamanha discrepância entre o bem e o mal, isso, é claro, após acordarmos do sono profundo que estávamos.
O sono profundo da consciência, este é o maior mal do século, uns mais e outros menos, mas todos estão num certo grau de adormecimento. Esta sonolência nos induz a achar que tudo está muito bem, que não há mal algum acontecendo e que todos, ao morrer, irão direto para o Céu. Mas que loucura é essa? Como? Onde e por quê? De onde as pessoas tiraram essa ideia um tanto desconexa e até mesmo perversa? Como podem ter esquecido das exigências, que não são poucas, pelas quais Nosso Senhor nos ordena de modo a alcançar fim tão sublime? O Céu, ah o Céu, nada mais é do que uma profunda integração, uma profunda configuração àqu’Ele que é o próprio Céu. Um Ser Supremo, Puríssimo, Justíssimo e que, apesar de Sua Infinita Misericórdia, não admite uma só mancha sequer de pecado. Pecado? O que é isso? Indagarão. Isso mesmo, o pecado, este que é a raiz de todos os males e que gera, como primeiro sintoma, uma profunda dormência ou torpor da consciência.
Meu objetivo não é escrever um tratado sobre tudo isso, mas justa e simplesmente lembrar a todos nós que o combate deve ser combatido com seriedade, garra e determinação. Que nós, como verdadeiros soldados, descendentes da Mulher, Gênesis III, 15, estamos aqui neste mundo para bradar, literalmente se preciso for, contra toda espécie de mal, contra tudo o que fere a dignidade de Nosso Senhor. E este combate, para ser legítimo e verdadeiro, deve começar de dentro para fora, ou seja, deve iniciar dentro de nós mesmos a partir do momento em que acordamos e passamos a enxergar, com olhos saudáveis, todo mal que é produzido dentro de nossos corações. Disse Nosso Senhor que todos os males, antes de se consumarem no mundo físico, já se consumaram dentro dos corações dos homens através de consentimentos sutis e secretos (Marcos VII, 21-23).
Todo o congregado deve, por obrigação de estado, levar isso muito à sério e jamais se deixar enganar, pois todo o mal que nos pode acontecer sempre terá relação íntima com o que deixamos de vigiar em nós mesmos. E se assim buscamos combater, olhando primeiramente para dentro de nós mesmos, sairemos vitoriosos ao final da luta pela Vida Eterna e também compreenderemos com mais profundidade o motivo e a real necessidade de sofrermos bem, pois veremos que se trata da satisfação que devemos a Deus pelos nossos pecados, vícios e defeitos de caráter.
Tudo isso aliado a uma vida devota e de profunda piedade e o estudo sério da Sã Doutrina, nos levará, certamente, a glória eterna de um dia obtermos a visão beatífica.
Salve Maria!
Por um congregado mariano.