Papa Leão XIV explica por que o milagre de “falar em línguas estranhas” já não se repete na Igreja
Fonte: Site do Vaticano
A afirmação aconteceu durante a homilia da missa que marcou o início do capítulo geral da ordem agostiniana:
Meditando sobre Pentecostes, nosso Pai Santo Agostinho, respondendo à provocativa pergunta daqueles que perguntavam por que, hoje, o sinal extraordinário da “glossolalia” não se repete, como outrora em Jerusalém, oferece uma reflexão que creio ser muito útil para vocês no mandato que estão prestes a cumprir. Agostinho diz: “No princípio, cada crente […] falava em todas as línguas […]. Agora, o corpo dos fiéis fala em todas as línguas. Portanto, também agora, todas as línguas são nossas, visto que somos membros do corpo que fala” ( Sermão 269, 1).
Caríssimos, aqui juntos, vocês são membros do Corpo de Cristo, que fala todas as línguas. Se não todas as línguas do mundo, certamente todas aquelas que Deus sabe serem necessárias para a realização do bem que, em sua sabedoria providente, ele lhes confia.
Deus não faz nada sem uma razão. O dom de línguas que os Apóstolos receberam em Pentecostes teve como objetivo auxiliar na expansão da fé pela Igreja que ainda nascia. Outro grande exemplo vem de São Francisco Xavier, um dos maiores missionários da história: falava espanhol (língua nativa), francês, italiano e alemão; além disso, aprendeu japonês e dialetos da Índia com grande facilidade. Conta-se que, mesmo entre povos cujo idioma não conhecia, podia falar, compreender e ser compreendido por eles como se falasse fluentemente.
Nisso vemos que o verdadeiro dom de línguas não envolve nenhuma espécie de êxtase sentimental com sílabas jogadas de maneira ilógica. O verdadeiro dom de línguas serve para o bem das almas, e não para a edificação do suposto portador do “dom”. O Espírito Santo de Deus traz clareza e verdade, e não uma balbúrdia sentimental.