O prefácio de Natal, a comunhão e os tapetes de Corpus Christi
por um Congregado Mariano
Até a reforma do Papa Pio XII, na liturgia da festa de Corpus Christi se rezava o prefácio do Natal. Enquanto eu procurava sobre a tradição dos tapetes feitos para o dia, acabei juntando uma coisa com a outra.
Os tapetes de Corpus Christi são geralmente feitos de material granuloso (pó de café, areia, pó de serragem etc.), e esse material tem a característica de ser solto e sem coesão, como nós após o pecado original. Cristo, em seu Natal, não quis nascer em um local majestoso, mas escolheu a pobre gruta de Belém para habitar entre os homens. A gruta é o retrato de nossa alma longe de Deus: fria, desagradável e áspera. Mas Cristo entra nela, faz brilhar sua luz e irradia o calor de seu Coração Eucarístico por amor aos homens, transformando aquele lugar hostil numa bela morada de seu amor.
Voltando aos tapetes: eles também simbolizam a vida da graça em nossas almas. De fato, pó de serragem, areia e pó de café não são materiais considerados especiais. Mas o amor do Deus Encarnado, que vem habitar em nós pelo Santíssimo Sacramento, como que reorganiza cada um desses grãos e os transforma em algo verdadeiramente belo.
Ainda assim, esses tapetes, que demandam tanto tempo e esforço para serem construídos, podem ser destruídos com apenas um sopro. Nisso podemos ver a nossa necessidade constante e ininterrupta do amor de Nosso Senhor. É necessário que perseveremos e busquemos sempre nos preparar, receber e acolher com filial confiança esse Deus que, não satisfeito em se rebaixar a condição humana, ainda quis se obliterar a ponto de se tornar o alimento de nossas almas.
Viva Cristo no Santíssimo Sacramento!
Abaixo, os tapetes confeccionados para a festa de Corpus Christi. Agradecemos o empenho de todos os professores do Colégio Santo Afonso, dos Congregados Marianos e dos fiéis da Missa Tridentina em Manaus: