O papa enterra os mosaicos de Rupnik
Fonte: Messa in Latino
Tradução e grifos por salvemaria.com.br
Finalmente alguma diretriz prática sobre esse problema, Leão XIV ordenou a remoção das artes do abusador Rupnik do site do Vaticano:
A permanência e a visibilidade dessas obras em mais de 200 lugares católicos do mundo são problemas de grande importância moral e de consciência, que Francisco jamais resolveu. Nas vezes em que foi relatada a presença desse tipo de reprodução em seus aposentos em Santa Marta, nenhuma resposta foi dada. Após o que é considerado essencialmente uma proteção e encobrimento do ex-jesuíta, mosaicista e abusador sexual em série, o Papa Leão XIV tomou decisões peremptórias e cristalinas. Nessa ocasião, foram, mais uma vez, o cardeal americano Seán O’Malley e os membros da Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores, que se encontraram com o Pontífice em 5 de junho passado, que obtiveram a ordem para prosseguir nessa direção. O Dicastério para a Comunicação sempre se opôs, e até mesmo sua alta direção defendeu, a permanência dessas peças de arte decorativa. O Papa Leão XIV teve o pedido do cardeal Seán O’Malley, arcebispo emérito de Boston e presidente da Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores, em 14 de maio.
Abaixo as imagens do antes e depois no site:
Rupnik, SJ, anteriormente conhecido por seus mosaicos, foi condenado por ter abusado de mais de 10 mulheres (a maioria delas religiosas), ao longo de pelo menos 20 anos na Comunidade Loyola, incluindo o caso de uma das vítimas que ele próprio absolveu sacramentalmente após o abuso.
Em 2019, recebeu restrições da ordem jesuíta (nunca divulgadas publicamente) e, em maio de 2020, foi formalmente excomungado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé. Estranhamente, sua excomunhão foi suspensa no mesmo mês. Antes mesmo de ter a excomunhão levantada, foi convidado pelo Papa Francisco para pregar no retiro quaresmal da Cúria Romana e, em 2022, foi o responsável pelo logo do Encontro Mundial das Famílias.
Em 2023, foi expulso da Companhia de Jesus. Seu nome, contudo, ainda apareceu como consultor no Anuário Pontifício de 2024. Inicialmente, o Dicastério para a Doutrina da Fé recusou abrir um processo penal, alegando prescrição, pois os crimes ocorreram há mais de 30 anos. No entanto, após a repercussão negativa, o Papa Francisco ordenou a reabertura do caso, que segue em andamento até hoje.
Apesar de muitos defenderem o uso das obras de arte criadas pelo ex-jesuíta, o Papa Francisco optou por não se posicionar oficialmente sobre o tema, e as obras continuaram a ser utilizadas por órgãos oficiais da Santa Sé. Já sob o pontificado de Leão XIV, temos uma mudança de postura: o Papa ordenou a retirada das imagens das obras de Rupnik do site oficial do Vaticano.
Será que veremos finalmente justiça em um dos maiores escândalos ocorridos no pontificado anterior? Enquanto o processo continua, ao menos vemos sinais de que o atual pontífice procura remediar parte do mal causado: que tudo o que foi criado por Rupnik seja removido.