Balada para o Natal

Noite e estrela ambas atestam;
Pastores, reis também constatam:
O Filho eterno, que o Pai gesta,
Assombra o homem que a Si abata;
Da carne, a veste, pra si empresta;
Torna o estábulo o seu templo
E à caridade assim admoesta,
Deus, cuja mão tem todo o tempo.

O vão grandeza a si protesta:
Vê-se em imagem não sensata;
Ou monte ou gruta, nesse ou nesta,
Por ele Deus ao pano abraça.
Assim, de forma tão modesta,
Amou-nos sem contentamento,
E feito pobre o manifesta,
Deus, cuja mão tem todo o tempo.

Dou-vos, Senhor, o que me resta:
Não tendo mérito, ouro ou prata,
Dou-vos o exame e mente honesta;
Dou-vos louvor de uma alma grata.
Vossa bondade sempre lesta;
Vosso furor tão calmo e lento,
C’amor corrige e não detesta,
Deus, cuja mão tem todo o tempo.

A vós, ó Deus, entrego esta,
Como sinal do meu alento.
Bom sacrifício não contesta,
Deus, cuja mão tem todo o tempo.

24 de Dezembro de 2021, Vigília do Natal do Senhor,
Por um Congregado Mariano.

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