A Devoção a Nossa Senhora das Dores
No dia 15 de setembro, a Igreja celebra o dia de Nossa Senhora das Dores, cuja festa teve início no ano de 1239, em Florença, na Itália, por meio da Ordem dos Servos de Maria1.
Nossa Senhora das Dores ou Mater Dolorosa (Mãe Dolorosa) é um dos títulos que a Virgem Santíssima recebeu ao longo da história em decorrência das sete dores que a mãe de Deus sofreu durante sua vida na terra, quais sejam:
1. A profecia de Simeão (Lucas, 2, 34-35)
2. A fuga da Sagrada Família para o Egito (Mateus, 2, 13-21)
3. A perda do Menino Jesus em Jerusalém (Lucas, 2, 41-51)
4. O encontro com Nosso Senhor a caminho do Calvário (Lucas, 23, 27-31)
5. A crucifixão e morte de Nosso Senhor (João, 19,25-27)
6. O recebimento do corpo de Nosso Senhor descido da cruz (Mateus, 27, 55-61)
7. O sepultamento de Nosso Senhor (Lucas, 23, 55-56)
“Os mártires suportaram os tormentos nos seus corpos, Maria sofreu os Seus na Sua alma”, afirmou Santo Afonso Maria de Ligório. E muitos outros santos também recomendam a devoção às dores da Virgem Mãe, tais como Santo Alberto, São Bernardino de Siena, São Bernardo e a própria Igreja, por meio do Papa Bento XIII, em 1724, que promulgou e recomendou a prática da devoção ao conceder indulgências para quem rezar o Terço das Sete Dores, o qual reza-se contemplando cada Dor e rezando 1 Pai Nosso e 7 Ave Marias em cada dor contemplada.
A devoção ao Imaculado Coração da Virgem Maria é um pedido de Jesus para que aqueles que amam ao Nosso Senhor também amem a Mãe que sofreu os tormentos e suportou a morte do Filho. Nós, como católicos, temos o dever de meditar as dores dAquela que é mãe amorosíssima e advogada nossa. Aquela que é a esperança para que um dia vejamos Nosso Senhor Jesus Cristo.
A meditação das dores de Nossa Senhora não é uma apologia ao sofrimento. Ao contrário, ressalta o grande amor da Virgem Santíssima a Nosso Senhor como filho e também como Deus. E não somente a Ele, mas também a nós, seus filhos adotivos, pois quando ‘estava de pé junto à cruz’, Nosso Senhor a entregou a São João e na pessoa dele, a todos aqueles que também a “recebam consigo” (Jo, 19,27). Assim, contemplar Nossa Senhora das Dores é admirar a doação da Virgem Santíssima ao plano divino para nossa redenção, ao qual ela foi fiel mesmo nos momentos mais dolorosos, e por isso é nosso modelo, para que diante das tribulações desta vida sejamos capazes de perseverar no caminho da salvação.
Roguemos como no Stabat Mater, para que a Mãe Dolorosa nos dê a graça de trazermos as chagas de Cristo gravadas na alma, a fim de não esquecermos que somente aqueles que muito amam são capazes de suportar as dores que precedem a eterna alegria.
- A Devoção das Sete Dores da Santíssima Virgem, p. 6. Disponível aqui
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