Perseguições “apostólicas” a ordens religiosas tradicionais

Fontes: Rorate Coeli e Silere

Tradução e grifos por salvemaria.com.br

 

O Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, atualmente comandado pela irmã Simona Brambilla, M. C., nomeada pelo Papa Francisco em janeiro de 2025, segue uma política que tem buscado pressionar as congregações religiosas que adotam posturas mais tradicionais, informam os sites Rorate Coeli e Silere non Possum:

 

Apenas alguns dias atrás uma carta foi enviada da praça Pio XII à comunidade cisterciense de Heiligenkreuz, a histórica abadia austríaca que hoje representa um dos poucos autênticos exemplos de renovação monástica na Europa. A carta anuncia uma Visita Apostólica pelo Dicastério – um forte e claro sinal, por trás do qual está a figura de Mauro Giuseppe Lepori, abade geral da ordem cisterciense.

Mauro Giuseppe Lepori, abade geral da ordem cisterciense, já há longo tempo tem buscado uma obstinada e pessoal cruzada, dentro de sua própria família religiosa, contra aqueles que ousam trilhar caminhos diferentes dos seus. Bem conhecido por suas relações com círculos do movimento Comunhão e Libertação, Lepori tem feito tudo ao seu alcance para colocar sob comissionamento aquelas comunidades religiosas que não refletem seu modelo – até mesmo sem evidências ou acusações concretas…

Heiligenkreuz é um claro exemplo: uma comunidade jovem e florescente, profundamente enraizada na liturgia e na vida monástica, com um impacto real em famílias, estudantes e fiéis em geral. Em uma época de desertificação vocacional, uma abadia como essa deveria ser imitada e admirada, jamais perseguida.

Mas o problema não é apenas Lepori. O real problema é que o Dicastério atualmente é liderado por duas mulheres que abraçam e promovem uma suspeita visão sobre qualquer sucesso na vida religiosa – especialmente onde a fidelidade à tradição é unida a uma vitalidade pastoral.

O duo Brambilla-Merletti é um risco de tornar o Dicastério em um instrumento de repressão ideológica, onde as Visitas Apostólicas são instrumentos não de discernimento, mas de armas políticas para desbaratar aquilo que não lhes é conforme.

 

Comentário ao Recorte

A abadia cisterciense de Heiligenkreuz é uma das maiores da Europa, fundada em 1133, ainda na época que vivia S. Bernardo em Claraval. É importante ressaltar que essa abadia não segue o rito tradicional romano e nem as regras antigas cistercienses, porém adotaram uma maior firmeza litúrgica, celebrando o rito novo em latim e adotando o canto gregoriano na mesma língua. Essa postura, ainda que não totalmente tradicional, foi o suficiente para chamar a atenção do dicastério e valer uma Visita Apostólica.

Esse cenário traz à memória o triste caso da Abadia Cisterciense de Mariawald, na Alemanha. A única abadia cisterciense na Alemanha que mantinha o rito tradicional, que, após o Motu Proprio Summorum Pontificum do Papa Bento XVI, pediu à Santa Sé para retornar às regras e ao rito cisterciense tradicional da Missa. A abadia recebia novas vocações, estava começando um importante movimento de revigoração da vida monástica em um país marcado pelo liberalismo e pelo ateísmo, mas foi perseguida e sufocada ainda em seu florescimento. Após algumas visitas apostólicas, o Papa Francisco ordenou o fechamento da abadia em setembro de 2018. Os monges foram divididos em diversas outras abadias e a última Missa foi celebrada na abadia no dia 15 de setembro de 2018, festa de Nossa Senhora das Dores.

Esperamos que no pontificado de Leão XIV essa pressão do Dicastério deixe de existir e que, pelo contrário, as ordens que buscam uma vivência tradicional de suas regras tenham a liberdade que lhes é devida.

Artigos Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *