Aborto, 1ª Parte: Visão científica
Para se defender a vida humana e, portanto, ser anti-abortistas, como bem leciona a Santa Igreja Católica, devemos inicialmente entender como tudo se inicia, sabermos qual a visão da ciência e da Igreja para que assim possamos criar conhecimentos sólidos, a fim de defendermos em tudo a fé.
Fecundação: o início de tudo
A fecundação é a primeira etapa da concepção, que se inicia quando a cabeça do espermatozóide penetra no ovócito (que após a fusão se tornará óvulo), e vai até a formação do zigoto. Durante esse processo, os núcleos dos gametas femininos (óvulo) e masculinos (espermatozóide) se estruturam, fundem-se os 23 cromossomos femininos com os 23 masculinos, totalizando 46. Essa fecundação ocorre na trompa uterina, de onde o óvulo caminhará para o útero materno.
O zigoto se divide em duas células, depois em quatro células, e assim por diante. Após alguns dias, vai se implantar na parede do útero (endométrio) e, em algumas semanas, dará origem ao embrião, formando um ninho.
É importante que o momento do início de uma vida seja elucidado e reconhecido, pois a vida humana precisa ser protegida sempre, desde o seu primórdio. Os partidários do aborto acreditam que a vida do novo ser humano não começa no início da concepção. Para eles a vida só se inicia quando já houve a implantação do zigoto no endométrio, conhecida como nidação, que pode ocorrer entre o 4º e o 15º dia após a fecundação. Nessas condições, o objeto do procedimento abortivo seria um conjunto de células ainda pertencentes ao organismo da mãe, e, portanto, sua extirpação nesse momento não constituiria assassinato nem qualquer outro crime.
Veja bem o absurdo externado pelos abortistas, que sem argumento algum, desejam criar um novo conceito para o início de uma vida para que assim possam retirar dos seus ombros o fardo de serem chamados de assassinos e criminosos.
Cada um de nós NÃO VEIO de um zigoto, mas FOI um zigoto. O zigoto tem metabolismo próprio, crescimento, reação a estímulos, tem seu próprio código genético (46 cromossomos), que não são nem os da mãe e nem os do pai. Suas características genéticas estão estabelecidas desde a concepção: sexo, altura, idade, cor dos cabelos, cor da pele, imunidade etc. Portanto, o zigoto já é em si único, diferente de todos os seres humanos que existem ou existirão até o fim do mundo.
A implantação do zigoto no endométrio materno é uma condição totalmente secundária a concepção, da mesma maneira que, após algumas semanas, o coração, os braçinhos, as perninhas e o cérebro irão se desenvolver, não sendo por isso necessário que alguma dessas formações sejam realizadas para que seja finalmente considerado uma vida humana.
A Igreja nos ensina que há um só Deus, todo poderoso, que criou o Céu e a Terra e todas as coisas que no Céu e na Terra se contêm. A vida, presente na Terra, é portanto, um dom de Deus, que deve ser defendida a todo custo, sendo, dessa forma, inadmissível que exista algum “católico” que ainda diga ser a favor das atrocidades cometidas no aborto.
Conceito e ramificações
Após entendermos todo o processo de fecundação e o momento do início de uma nova vida, já podemos partir para o conhecimento do aborto em si, seus métodos de realização e a pena conferida pela Santa Igreja para esse tipo de atrocidade.
O Aborto é a morte da criança concebida e sua expulsão do ventre materno, em QUALQUER fase do desenvolvimento pré-natal. Ele é dividido em aborto espontâneo (aquele ocorrido por causas naturais, independentemente da vontade materna ou de causas externas) e aborto provocado (morte deliberada e direta de um ser humano desde a concepção ao nascimento). Obviamente que o aborto espontâneo, por ser totalmente involuntário, não entra no âmbito da lei moral, por isso daremos foco, no artigo, ao aborto provocado.
As maneiras de realização do aborto são totalmente cruéis e desumanas, mesmo aquelas realizadas por “profissionais”, caracterizam-se de extrema falta de respeito com a nova vida. Por serem, em sua maioria, escondidas da população em geral, é válido colocar um breve resumo sobre a maneira como algumas técnicas são realizadas:
– Aborto por medicamentos: Provocam um parto prematuro em qualquer etapa da gravidez. A principal “complicação” é que às vezes o bebê sai vivo… Também pode causar graves danos na mãe.
– Aborto por envenenamento salino: Este foi o método mais utilizado nos EUA nas décadas de 70 e 80. Nele se introduz uma longa agulha através do abdome da mãe, até a bolsa amniótica, e injeta-se uma solução salina concentrada, que lhe causará a morte em 12 horas por envenenamento, desidratação, hemorragia no cérebro e de outros órgãos. Além disso, causam queimaduras graves na pele do bebê. Após algumas horas, a mulher dá à luz um bebê morto ou moribundo, muitas vezes ainda com movimentos.
– Aborto por sucção: Insere-se no útero um tubo com uma ponta afiada que realiza uma forte sucção (28 vezes mais forte que de um aspirador doméstico) despedaçando todo o corpo do bebê, assim como a placenta. É o tipo de aborto mais realizado nos países desenvolvidos (agora imaginem como são nos subdesenvolvidos).
Esses são apenas alguns métodos de realização de aborto, ainda existem outros tão ruins quanto e outros piores ainda.
Além do assassinato do feto, o aborto traz sérias consequências para a mãe, sejam elas físicas ou psicológicas e morais, como: hemorragias, lesão e infecção, predisposição para abortos espontâneos, nascimentos prematuros, gravidez ectópica, síndrome pós aborto (que inclui crises de angústia, perda de auto-estima, letargia, misantropia, depressão e, acima de tudo remorsos). É impressionante como essas consequências são sempre esquecidas pelas feministas de plantão!
Mas e a famosa “pílula do dia seguinte” é considerada método abortivo?
A tão conhecida “pílula do dia seguinte”, vendida em todas as farmácias de maneira descriminada sob o rótulo de “método contraceptivo de emergência”, é uma pílula com altíssimas concentrações de progesterona (hormônio esteróide).
Apesar de boa parte da ala científica e profissionais médicos e farmacêuticos afirmarem com todo o vigor que a pílula do dia seguinte não é abortiva, a Santa Igreja Católica nos diz que é abortiva sim, e como tal, seus usuários estão sujeitos as mesmas penalidades daqueles que cometem aborto.
Para entendermos o porquê disso precisamos compreender qual o mecanismo de ação de uma pílula de progesterona:
Age atrofiando o endométrio (tecido ricamente vascularizado, onde o embrião irá se implantar e será nutrido) impedindo a implantação do bebê; deixa o muco cervical espesso e impermeável (isso dificulta a movimentação do espermatozóide para o seu encontro com o ovócito); gera alteração da motilidade tubária, dificultando a passagem do óvulo da trompa para o útero, aumentando assim o risco de uma gravidez ectópica (gravidez fora do local correto); e pouca supressão das gonadotrofinas, ou seja, diferentemente das pílulas contraceptivas combinadas de estrogênio e progesterona, a pilula do dia seguinte não bloqueia de maneira eficaz a ovulação (liberação do ovócito, pronto para ser fecundado, no período fértil da mulher).
Ou seja, essa pílula não impede de maneira completa que haja a fecundação! Por mais que tenha mecanismos variados que dificultem o encontro do espermatozóide com o ovócito, não há completa certeza de que esse ovócito não será fecundado e que daqui seja gerado uma nova vida. E pior que tudo isso, esse veneno, chamado de pílula, ainda gera atrofia do endométrio, ou seja, caso tenha ocorrido a fecundação, irá impedir que o bebê se instale no útero materno, matando-o de fome.
Mas então, por que ainda temos cientistas e profissionais letrados que afirmam ilogicamente que um veneno como esse não é abortivo? Porque ainda acreditam no absurdo de a vida só se iniciar com a nidação, quando o embrião já está instalado no útero materno, ou talvez, essa seja apenas uma desculpa para as farmácias terem mais lucros ao comercializarem substâncias abortivas, sob o pretexto de serem “métodos contracepcionais de emergência”.
Esta série continua. Leia o próximo artigo.
Referência Bibliográfica:
– Catecismo contra o aborto, Pe. David Francisquini.