À Virgem Maria

Esposa de Deus vivo, Templo augusto,
Do Senhor que governa os Céus e a terra;
Escuta os meus gemidos, e do abismo
Do pecado a minha alma desenterra.

Ó das filhas dos homens a mais bela,
Em cujo seio, amigas se abraçaram
A justiça e a clemência, e pelos homens
Com vínculo divino se ligaram.

Mãe de meu Deus, refúgio esperançoso
Do pecador aflito, vem depressa
Em meu socorro, contra vil inimigo
Que de bramir em roda nunca cessa.

Lembra-Te que na Cruz o Sangue
Se verteu do Teu Filho angustiado
Para as chagas lavar torpes e impuras
Do pecador, que a culpa tem manchado.

Ó doce pensamento, que derramas,
Lisonjeira esperança no meu peito;
E a proteção benigna me asseguras
D’Aquela a quem o Céu vive sujeito!

A. Souza Caldas (†1814)

 

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