À Virgem Sacratíssima, Nossa Senhora

Virgem e Mãe de Deus, quem tanto atina,
que eu saiba em vós falar? Quem mais levanta
a vós o entendimento, mais se espanta,
e perde a luz em vossa luz divina.

Ante vós todo o Céu se humilha e inclina,
de Vós, Senhora, toda a Igreja canta,
todos vos chamam santa, santa, santa,
que assim a santa verdade no-lo ensina.

Fostes de vosso Filho tão amada,
que toda, como a si, vos quis na glória
como d’um cremos, d’outro confessamos

Só de relíquias de vosso uso ornada
deixou a terra indigna a tal memória:
essa amamos e veneramos.

Pedro de Andrade Caminha (1520-1589)

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