Carta de Pio XII ao Cardeal Leme sobre as Congregação Marianas
Com particular complacência, recebemos o artístico pergaminho quo Nos enviou o Dileto Filho César Dainese da Companhia de Jesus, Diretor da Confederação Nacional das Congregações Marianas do Brasil e com o qual estas Congregações Marianas Nos testemunhavam sua filial adesão: e ao mesmo tempo nos apresentavam o apreciadíssimo dom de tantas milhares de comunhões, oferecidas ao Senhor, pelo Vigário de Cristo na terra.
Pensamos dirigir-Te esta Carta para que seja mais solene e manifesto o Nosso agradecimento que Tu, Dileto Filho transmitia em Nosso nome a todos que contribuíram a este tão valioso ramalhete espiritual. Esta filial homenagem, de tão copiosos e inestimáveis tesouros espirituais encheu de consolação o Nosso coração e Nos proporcionou suavíssimo bálsamo, em meio a tantos e tão profundos males que atormentam e convulsionam o mundo.
Maior ainda foi a Nossa satisfação ao saber que as valorosas Falanges Marianas, sob a direção dos Veneráveis Irmãos Arcebispos e Bispos do Brasil, são cooperadoras eficazes na propagação do Reino de Jesus Cristo, e que exercem um fecundo apostolado por meio de múltiplas e variadas obras de zelo, e isto vem confirmar-Nos ainda mais uma vez, que estas Falanges Marianas ocupam, segundo suas gloriosas tradições, sob as ordens da Hierarquia, um lugar conspícuo no trabalho e na luta para a Maior Glória de Deus e bem das almas, e que são, como força espiritual, de grande importância para a causa católica no Brasil, como em repetidas ocasiões e com tanto entusiasmo, publicamente, Dileto Filho Nosso, tens manifestado e como também o têm feito outros Veneráveis Irmãos no Episcopado.
Com singular agrado vemos também que os membros deste pacífico exército mariano procuram diligentemente não só uma sólida formação espiritual, senão também uma intensa e fecunda vida de apostolado, elementos ambos essenciais a toda Congregação Mariana e que temperam constantemente suas armas, em frequentes retiros espirituais, e na frágua dos Exercícios que cada ano praticam.
Os nossos mais vivos desejos são que estas palestras de piedade e apostolado cristão cresçam cada dia mais, cada dia mais se robusteçam numa íntima e oportuna vida sobrenatural, cooperem cada dia mais, com o seu tradicional acatamento e humilde submissão às normas e direções de Hierarquia, na dilatação do Reino de Deus e difundam cada vez mais abundantemente a vida cristã nos indivíduos, nas famílias, e na sociedade, seguindo sempre as tradicionais verdades e princípios católicos que nunca mudam, mas que permanecem imutáveis com o variar do tempo e das coisas.
Ao manifestar-Te, Dileto Filho Nosso, o Nosso agrado e Nosso ânimo agradecido por tão precioso presente espiritual, fazemos votos que a vida das Congregações Marianas que tão valentemente trabalham seja cada vez mais sobrenaturalmente fecunda em frutos de própria santificação e em obras de apostolado cristão.
Testemunho e penhor de nosso especial amor a estas falanges Marianas seja Nossa Benção Apostólica que a Ti, a todo Episcopado do Brasil, ao clero secular e regular e a todos os membros das Congregações Marianas com grande afeto no Senhor enviamos.
Dado em Roma, junto a São Pedro, a 21 do mês de janeiro de 1942, terceiro ano de nosso pontificado
Pius PP. XII
Tirado do jornal A Ordem de 31 de julho de 1943