São Luiz Gonzaga: Modelo de Perfeição Cristã

A história da Igreja é repleta dos mais admiráveis santos. São Luiz Gonzaga é um daqueles que, como uma pérola brilhante, se destaca pela sua grandiosidade e perfeição cristã, a ponto de Pio XI escrever: “Nele, os dons da natureza e da graça se completavam em perfeita harmonia, representando assim modelo exemplar da mocidade”.

Ainda criança, despertava a admiração de seus superiores pelas belas virtudes que praticava e pela sua exemplar disciplina. Seu amor a Deus desde cedo lhe consumia: suas primeiras palavras foram os nomes de Jesus e Maria. Ainda pequeno, aos 7 anos, decidiu-se por abraçar a perfeição da vida cristã, tanto que São Roberto Bellarmino, seu confessor, descreveu não sem admiração: “Atingindo porém a idade de sete anos, Luiz consagrou-se a Deus com tanto fervor e generosidade que, desde aquele momento, não viveu senão para as coisas divinas, desprezando e calcando aos pés tudo o que o mundo ama e estima”.

Vida Intensa de Oração

Mesmo enquanto vivia fora de uma ordem religiosa, São Luiz buscava por uma vida de oração intensa. Costumava passar horas aos pés de um crucifixo em seu quarto em oração, meditação, jejuns e penitências que muito chamavam a atenção dos criados de sua casa. Tinha uma vida interior tão ardorosa que se poderia dizer que vivia uma vida “oculta com Cristo em Deus”.

Sobre sua vida de oração, dizia São Roberto Bellarmino: “Tendo um dia perguntado como podia permanecer horas inteiras rezando sem se distrair, respondeu-me que não entendia como se podiam ter distrações na presença de Deus”. E ainda: “Assim como na oração seu corpo permanecia imóvel, assim o espírito se lhe fixava em Deus e não percebia nada do que se fizesse ao redor dele”.


“Aquele que não é homem de oração não chegará jamais a um alto grau de santidade nem triunfará jamais sobre si mesmo; e toda a tibieza e falta de mortificação que se vê em almas religiosas não procedem senão da negligência na meditação, que é o meio mais curto e eficaz para se adquirir as virtudes” – São Luiz Gonzaga

Modelo das Virtudes Cristãs

Sendo a disciplina a força que molda o caráter, São Luiz esforçava-se em tudo fazer com excelência e grande disciplina, seguindo radicalmente seus princípios e propósitos. Nos estudos, impressionava os mestres destacando-se no estudo da lógica, matemática, teologia, física e filosofia. Obediente, cumpria com gáudio os mandados de seus superiores. Sobretudo, tinha ardoroso amor pela pureza, a qual jamais ultrajou com ofensa alguma a Deus. Era comumente visto andar pelas ruas de cabeça baixa, para mortificar os olhos e jamais ousou levantar os olhos para a Imperatriz de Espanha, nos dois anos que viveu na corte, sendo incapaz de a reconhecer.

Passava domingos e dias santos ensinando a santa doutrina cristã aos jovens e pobres, dando-lhes bons conselhos e incentivando-os na prática das boas virtudes. Em sua pura juventude, transparecia a excelência de talento, maturidade da sensatez, nobreza e força de sentimentos, além de doçura e suavidade de maneiras, também sendo de imprescindível importância na santificação de São Gabriel de Nossa Senhora das Dores, como disse o Papa Pio XI.

Radical Até o Fim

Em toda a sua vida, São Luiz Gonzaga prezou sempre por dar seu melhor a Deus. Assim o fez quando decidiu abandonar todas as honrarias que um príncipe do Sacro Império tinha, para ser o menor dos menores na Ordem dos Jesuítas: “Pode haver para mim maior consolação do que ser o último nesta casa abençoada, para onde Deus me conduziu ao sair do Egito?”

Ardoroso devoto do Sagrado Coração de Jesus e da Beatíssima Virgem Maria, entregou-se por completo no amor a Deus e nas obras de misericórdia e, em consequência desse admirável amor, padeceu ainda aos 23 anos, em decorrência de grave enfermidade que lhe acometeu durante seu serviço aos doentes. Suas últimas palavras foram iguais às primeiras de sua vida: Jesus e Maria.

Máximas de São Luiz Gonzaga

“Quem cair em culpa, ainda que leve, deve imediatamente converter-se a Deus, pedindo-lhe perdão e graça para nunca mais a cometer, e logo levantar-se”

“Quem se descuida de ajudar as almas dos seus próximos não sabe amar a Deus, porque não procura propagar sua glória”

“Quem quer amar a Deus verdadeiramente há de ter contínua sede de sofrer por Ele qualquer trabalho”

São Luiz Gonzaga, patrono na mocidade católica, pérola da pureza, modelo de congregado mariano e exemplo perfeito de jesuíta rogai por nós.


Fontes:
“São Luiz Gonzaga Padroeiro da Juventude Católica – Esboço Biográfico e Devocionário”, Aug. Magne, S.J.
Carta Apostólica “Singulare Illud”, sobre São Luiz Gonzaga. Pio XI, PP.

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6 Resultados

  1. 15 de julho de 2018

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  2. 29 de agosto de 2018

    […] Entretanto, caso o primeiro fervor de um congregado esfrie e ele caia de volta a ordinariedade, é dever do Padre Diretor ganhá-lo de volta a uma vida elevada, por Nossa Senhora. Uma vida elevada aqui não significa necessariamente uma vida religiosa; isto é reservado àqueles congregados que se unem pelos três votos da religião. A vida elevada dos congregados, enquanto vivendo neste mundo, é a vida de Perfeição Cristã. […]

  3. 26 de novembro de 2018

    […] religioso que mais parecia anjo, tal como São Luiz Gonzaga, São João Berchmans é um daqueles santos que a Companhia de Jesus teve a honra de dar à Igreja. […]

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