Deprecação à Virgem Maria

Minha mãe, meu refúgio e guia
Humilde imploro, a vossos pés prostrado
Do meu Deus o perdão para mil crimes;
Valei a um desgraçado…

Senhora, de quem sou um servo indigno
Com que palavras louvarei teu nome?
Tu foste a aurora do formoso dia
Dos míseros humanos…

Imagem bela do Supremo Nume,
Desenhada lá desde a eternidade,
E digna de mandar os céus, e a terra
De que és a Soberana!

Ó mãe do meu Senhor, embora irados
A carne e o mundo, e o bárbaro inimigo
Que do Tártaro habita o lago imundo
Contra mim se esbraveçam…
Nada já temo, dentro no teu seio
Busquei seguro asilo…

Vem, Maria, vem ser o meu amparo,
Minha libertadora e minha glória
No meio dos pecados que me ofuscam
O espírito abatido…

Vem salvar-me, ó esposa do Deus vivo,
Pelo sangue do Deus, que sobre a terra
Não duvidou morrer, para o resgate
Do pecador ingrato.

A. Souza Caldas (†1814)

 

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