São Vicente de Paulo, confessor

Confessor, sacerdote, fundador dos Padres da Missão (Lazaristas) e das Filhas da Caridade.

Nascimento
24 de abril de 1581 na Vila de Pouy, França

Morte
27 de setembro de 1660 em Paris, França

Beatificação
13 de agosto de 1729, Roma pelo Papa Bento XIII

Canonização
16 de junho de 1737, Roma pelo Papa Clemente XII

Festa Litúrgica
19 de julho

Onde foi Congregado
Toulouse, França

Vicente de Paulo (Vincent De Paul) nasceu na vila de Pouy, na região de Landes, sudoeste da França, em 1581. Seu pai era um pequeno proprietário de terras chamado Jean de Paul, e sua mãe se chamava Bertrande de Moras, ambos descendentes da pequena nobreza da região. Sua família gerou duas meninas e quatro meninos, dos quais Vicente era o terceiro. Desde pequeno auxiliava seus pais, cuidando do gado nos campos da família, até chegar à idade de ir a um colégio dos franciscanos em uma cidade próxima. No colégio tomou gosto pelos estudos e aprofundou seu amor em ajudar o próximo, sendo exemplo para seus colegas. Decidido a seguir a vida religiosa, aos 16 anos recebeu a tonsura, e partiu para estudar teologia na universidade de Toulouse, onde obteria o grau de bacharel em 1604.

Antes disso, em 1598 recebeu o subdiaconato, e dois meses depois foi ordenado diácono na catedral de Tarbes, sendo finalmente ordenado sacerdote em 23 de setembro de 1600.

Resolvido a continuar seus estudos na universidade, em 1604 recebeu a herança de uma viúva que vivia em Marselha, que gostava de suas pregações. Foi então a essa cidade tomar posse da herança, e quando voltava de viagem o navio em que estava foi capturado por piratas muçulmanos. Começou assim seu período de escravidão, no qual foi vendido como cativo e passou como propriedade de vários senhores muçulmanos, até ser adquirido por um ex-cristão na cidade de Túnis, no norte da África. Com o tempo convenceu este senhor a abandonar a fé islâmica que tinha assumido, com ele fugiu da cidade, e num pequeno barco conseguiram atravessar o mar mediterrâneo e chegar de volta à Europa.

Começou então a fase mais produtiva da vida de São Vicente. Após prestar serviços à Santa Sé e ao rei da França ganhou a confiança deste, Henrique IV, e tornou-se capelão da rainha Margarida, a célebre rainha Margot, em 1610. Dois anos depois foi nomeado para assumir uma paróquia em Clichy, onde passou a ter contato mais direto com o povo, em especial os mais necessitados. Em 1613, passou a acompanhar o general responsável pelas galés da França, onde os criminosos eram condenados a remar nos navios. São Vicente começou então um grande apostolado junto a esses condenados, lutando por melhorar o tratamento desumano que lhes era concedido.

A grande obra de caridade de são Vicente, no entanto, começou com a fundação de inúmeras associações voltadas ao cuidado com os pobres. Em 1617, fundou a Confraria da Caridade (Damas da Caridade), convidando senhoras das classes mais altas a se unirem em prol do cuidado com os menos favorecidos. Em 1625, graças à contribuição de sua antiga patroa, fundou a Congregação da Missão, os chamados padres Lazaristas, que nas décadas seguintes se espalharam em missões na África e na Europa, e a partir daí ao mundo todo. Em 1633 fundou a Congregação das Filhas da Caridade, encarregando-a aos cuidados de santa Luísa de Marillac. Esta congregação, chamadas de irmãs vicentinas, foi encarregada do cuidado direto com os mais pobres, dando-lhes assistência no que fosse necessário, na educação, nos hospitais e em tudo que se refere ao cuidado material e espiritual dos necessitados. Estas associações, ativas até os dias de hoje, marcaram profundamente a ação dos católicos com relação à caridade, estando presentes nos mais diversos e distantes pontos do planeta.

São Vicente morreu com odores de santidade em 23 de setembro de 1660, e foi sepultado na igreja de São Lázaro, em Paris. Foi beatificado em 1729 e canonizado em 1737, e tem sua comemoração litúrgica em 19 de julho, sendo este o dia escolhido por Nossa Senhora para sua primeira aparição a santa Catarina Labouré, em 1830, na capela-mãe das Filhas da Caridade em Paris, diante do altar que guarda o coração incorrupto de seu fundador.

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