Senhora de Lourdes

Ajoelhada diante da gruta, com o semblante a irradiar felicidade, esquecida da turba que a rodeia, Bernadette passa as contas do rosário, com os olhos fitos na visão. Já não é a mesma Bernadette, a humilde pastorinha de Lourdes; transformou-se com o reflexo da beleza celestial, que contempla com tanto amor.

Ansioso, o povo reza e espera que a visão diga, enfim, o seu nome. A menina repete a pergunta que fizera tantas vezes, e obtém a mesma resposta: a visão somente sorri…

Mas o coração da pastorinha não se satisfaz com o amável sorriso, não pode abafar a voz misteriosa que a incita a perguntar segunda e terceira vez; e então a Senhora, acedendo ao pedido de sua predileta, diz o que todos ansiavam saber: suas mãos se juntam em ação de graças, seus olhos contemplam a glória do céu, e depois, abençoando a terra, declara: “Eu sou a Imaculada Conceição“.

Retira-se Bernadette, e o povo repete comovido as palavras divinas, o nome que a Virgem preferiu entre todos: Imaculada Conceição. Passa de boca em boca, de família em família, por toda a cidade; estendeu-se pela França e, com o correr dos anos, a devoção à Virgem de Lourdes propagou-se pelo mundo inteiro.

Na terra de Santa Cruz, esta devoção achou acolhimento em todos os corações; basta lembrar as grutas “pequeninas Lourdes” que encontramos em cada passo no nosso país. E a veneração do Brasil a Maria se mostra ainda pelos nomes tão comuns em nossas famílias: Maria. Maria de Lourdes. Maria da Conceição. Maria das Graças.

As congregações marianas a escolhem como especial protetora, apontando-a à mocidade como modelo de excelsa pureza. Lourdes é hoje uma nova Terra Santa, onde Jesus Sacramentado passa pelas turbas curando o corpo, consolando os corações, purificando as almas e abençoando a terra que teve a dita de ouvir Maria Santíssima confirmar o dogma da Igreja, quando declarou à S. Bernadette: “Eu sou a Imaculada Conceição”

Rita N. Pires, da Congregação Mariana da Imaculada Conceição de Florianópolis, em 1930

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