S. João Luis Bonnard, mártir
Mártir no Vietnã e sacerdote de missões estrangeiras.
Nascimento
1/03/1824, em Saint-Christo-en-Jarez, França
Morte
1/05/1852, em Tonkin, Vietnã
Beatificação
7/05/1900, pelo Papa Leão XIII
Canonização
19/06/1988, pelo Papa João Paulo II
Festa Litúrgica
24 de novembro
Onde Foi Congregado
Seminário diocesano de Saint Jodard, França
João Luis Bonnard nasceu em primeiro de março de 1824 em Saint-Christo-en-Jarez, perto de Saint-Etienne, na França.
Seu pai casou-se com Anne Bonnier em 1817, com quem teve seis filhos. Eles não tinham recursos suficientes para mandá-los para a escola e por isso o pai ensinou o mais velho a ler, instruindo-o a transmitir seu conhecimento aos irmãos mais novos.
João Luis, desde cedo, tinha o desejo de ser padre. Fez sua primeira comunhão em 1836, mas tinha grandes dificuldades para seguir o catecismo, já que sabia ler muito pouco. No entanto, tinha muita alegria e profunda piedade, o que atraía a simpatia das pessoas.
Incapaz de continuar seus estudos, o jovem passou a trabalhar como pastor, a pedido de seus pais. Lá, observando seus animais, lia seu livro de catecismo e recitava o rosário. De vez em quando, repetia ao pároco que queria ser padre a todo custo. Diante de sua insistência, seu pai finalmente o fez ingressar em um colégio interno na cidade.
No início de seus estudos, comentava-se que ele mal sabia ler ou escrever. O pouco que sabia, aprendera sozinho, mantendo o gado, ou nos poucos meses de aulas que recebera no presbitério. Por isso, ele causou muito embaraço no primeiro ano. Muitas vezes, falavam-lhe palavras duras sobre sua falta de capacidade e seu fraco progresso. Por outro lado, João nunca desistiu de seus objetivos. No segundo ano, conseguiu sair-se um pouco melhor. No terceiro ano, já foi capaz de seguir seus colegas de classe, que admiravam sua piedade e coragem, e explicavam de bom grado a ele o que tinha dificuldade em entender.
Posteriormente, Luis entrou no quarto seminário de Saint-Jodard, apaixonando-se desde logo pelos anais da propagação da fé, tendo suas visões direcionadas aos territórios desconhecidos e perigosas missões religiosas.
Ele disse a seu irmão Francis que ainda estava determinado a se tornar um padre onde quer que Deus o chamasse para servi-lo. Sendo assim, partiu para o seminário maior de Lyon.
Ele informou aos padres que o acompanharam de sua decisão de se juntar às Missões Estrangeiras de Paris. Este último tentou testá-lo antes e, em face de sua forte determinação, finalmente o encorajou.
Seu superior no seminário maior disse sobre ele: "Este jovem é um santo, não duvido que a vocação missionária a que ele aspira não venha de Deus".
No entanto, ele teve que obter permissão do arcebispo para deixar a diocese e depois separar-se de seus pais. Depois de fazer uma última visita à Basílica de Nossa Senhora de Fourvière, ele deixou sua região natal e chegou ao Seminário das Missões Estrangeiras de Paris em 4 de novembro de 1846, com 22 anos de idade.
Jean-Louis Bonnard foi ordenado sacerdote em 23 de dezembro de 1848 e deixou Nantes em 8 de fevereiro de 1849, direcionando-se à missão em Hong Kong, onde chegou em 5 de julho de 1849.
De lá, ele embarcou para Tonkin, no Vietnã, tendo chegado no meio de uma epidemia de cólera. Iniciou seu ministério com o monsenhor Retord, aprendendo a língua e os costumes, acostumando-se ao clima e à comida local.
Em maio de 1851, o monsenhor Retord confiou-lhe a direção da missão Ke Bang. A vida dos missionários era difícil e perigosa, as perseguições os ameaçavam o tempo todo. Sacerdotes eram constantemente denunciados e executados.
Por sua vez, no final de março de 1852, Bonnard foi denunciado e aprisionado em Nam-Dinh. Ele se recusou profanar a cruz como era determinado pelos perseguidores e a dar os nomes de seus simpatizantes. Portanto, foi condenado a ser decapitado, por exercer "pregação da religião perversa".
Seus restos mortais foram jogados no rio, mas parte foi recuperada por cristãos e enviada ao Seminário de Missões Estrangeiras.
João Luís Bonnard está entre os 117 mártires do Vietnã canonizados pelo Papa João Paulo II em 1988.